Setembro/2024
Idéias Inspiradoras
A Justa Medida na Ética Aristotélica
Transcrição do texto de Pedro Menezes, Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação
(publicado no site significados.com.br, acessado em 19 de setembro de 2024)
Caso queira acessar a página original, clique aqui.
A ética de Aristóteles (384 a.C — 322 a.C.) é uma teoria da virtude, isso quer dizer que os princípios éticos estão determinados pelo caráter, ou melhor, pelo caráter virtuoso de uma pessoa. A teoria ética aristotélica está presente na obra Ética a Nicômaco, uma das obras fundamentais do filósofo clássico grego.
Nela, Aristóteles afirma que os seres humanos possuem uma essência, uma natureza e também uma finalidade. Essa finalidade seria o sentido da vida, que nos seres humanos seria a eudaimonia, que significa uma vida bem vivida ou felicidade.
Assim, a ética aristotélica é uma ética teleológica (busca um fim) e eudaimônica (o fim é identificado como felicidade). Para Aristóteles, a felicidade é o sumo bem, o objetivo último das ações humanas.
Aristóteles compara a eudaimonia ao alvo que orienta a pontaria de um arqueiro. Assim, a felicidade é o alvo que orienta as ações humanas.
Para ele, a busca pela felicidade faz parte da natureza humana e essa felicidade só pode ser alcançada a partir da virtude. As boas ações conduzem os seres humanos para o bem e as más ações só são praticadas por ignorância, porque vão contra a sua própria natureza.
Ou seja, os seres humanos são naturalmente bons e se agirem de acordo com sua natureza buscarão o bem, e suas ações serão ações virtuosas.
A virtude só pode ser alcançada pela prudência (phrónesis), a ponderação e deliberação sobre a justa medida (ou justo meio), a mediana entre os vícios por omissão ou por excesso.
A virtude da coragem, por exemplo, é a justa medida entre a covardia (omissão) e a temeridade (excesso).
Para Aristóteles, a virtude, mesmo sendo relativa ao caráter de uma pessoa, poderia ser desenvolvida e exercitada, pois era adquirida através do hábito.
Para desenvolver hábito da virtude era necessário ser prudente e possuir pessoas e comportamentos que pudessem servir de exemplos de boa ação.
Assim, com bastante ponderação racional, era possível alcançar uma vida bem vivida e feliz (eudaimonia).
Ao longo da Ética para Nicômaco, Aristóteles dá vários exemplos sobre as virtudes a partir de suas observações sobre as pessoas. Ele define o que é a virtude e os vícios por omissão e por excesso.
Alguns exemplos são:
A justiça na ética aristotélica
Para Aristóteles, a justiça é a virtude que faz a ligação entre a ética e a política. Isto ocorre por a justiça ser responsável por submeter o interesse individual ao interesse comum.
Assim, a justiça orienta a criação de leis que possam guiar as ações para o bem comum e a felicidade da comunidade.
Outros Informes: Psicologia Assessoria de Desempenho Consultoria Empresarial Idéias Inspiradoras