Agosto/2020 

Psicologia
Emoções Básicas
Alegria, Raiva, Medo, Nojo e Tristeza
 

Emoções Básicas 4.jpg

 

Emoção é movimento do corpo.
Emoção é a base para formação dos sentimentos.
Emoção nos coloca no tempo presente.
Emoção influencia a percepção da realidade.

 

Refleti muito para escrever este informe.

Embora trate do tema frequentemete em nossas sessões de psicoterapia, não encontrava uma maneira de abordá-lo aqui, até que assisti à aula ​"A consciência, o ego e a persona", ministrada por Carmen Marquez, no I Simpósio Universitário Jung para Todos. Marquez citou o filme de animação Divertida Mente, que eu não havia assistido. Ao assisti-lo, resolvi utilizá-lo e também às análises sugeridas, pois estão alinhados com a maneira "bioenergética" que utilizo no trabalho com meus pacientes.

 

Oriento meus pacientes a perceber a emoção básica que sentem quando falam de suas questões. Costumo dizer que nenhuma emoção é boa ou má, a emoção é o que o corpo faz para nos trazer para o presente, nos ajudando a ter mais bem estar. Sem elas nos distraímos com o passado ou com o futuro e deixamos de aproveitar oportunidades importantes de melhoria da nossa qualidade de vida.

 

Dica de Filme: Divertida Mente

Dreção de Pete Docter, autoria de Pete Docler e Ronaldo Del Carmen, lançado no Brail em 2015, disponível no Netflix (em agosto/2020)
 

A ilustração deste informe mostra as personagens do filme.
Se você ainda não assistiu, acredito que esta animação poderá ajudá-lo a compreender a função das emoções básicas que participam intensamente do processo de constituição do Ego.

 

Emoções Básicas
e a Constituição do Ego

 

Nosso sistema sensorial capta o que acontece no nosso mundo interno (corpo) e no nosso externo (ambiente).

Na linguagem da Percepção, chamamos ao que acontece de estímulo. O estimulo gera uma sensação corporal e a sensação corporal se associa a uma das emoções básicas.

O processo da percepção se utiliza da memória objetiva (dos fatos) e subjetiva (do que sentimos a partir dos fatos), combina a memória com a emoção associada e define a resposta, a ação que tomamos.

 

No contexto psicanalítico, consideramos ainda a relevante ação do inconsciente. Este conjunto define o nosso modo de expressar a resposta aos estímulos. Consideramos aqui esta ideia como uma das maneiras de conceituar o Ego.


O Ego (o Eu) é também a nossa personalidade, conjunto de comportamentos predominantes de que lançamos mão para lidar com a realidade percebida.
 

Seguem dois recortes de trabalhos da Psicólogia Analítica, que analisaram o filme Divertida Mente:

 

"Entende-se que as emoções são funções estruturantes da nossa consciência e da nossa personalidade. Quando lidamos bem com elas podemos caminhar rumo a ampliação da nossa consciência. Mas, quando as reprimimos ou agimos de maneira rígida e unilateral, nosso desenvolvimento se represa e podemos desenvolver os mais variados sintomas. Por isso, precisamos cuidar muito bem das nossas emoções, compreendendo a importância de cada uma delas."

Fonte: Por trás de Divertida mente: uma análise psicológica elaborada da animação da Pixar, por Marcela Alice Bianco e Bruna Arakaki
 

"Falar de tristeza em tempo de redes sociais, em que a alegria e sorrisos são supervalorizados torna-se muito importante. Em geral, a tristeza costuma ocupar o lugar de algo a ser evitado, sendo assim negada. ...  é somente quando a tristeza tem seu espaço estabelecido que as emoções transformam-se em emoções mais complexas .... Dessa forma, ... resgata-se a importância da vivência dos dois pólos dos opostos. Afinal, só é possível experienciar a alegria quando a tristeza é sentida. "

 

“A totalidade, a plenitude da vida exige um equilíbrio entre sofrimento e alegria. Mas como o sofrimento é positivamente desagradável, é natural que se prefira nem conhecer a medida do medo e inquietação para a qual o homem foi criado. É por isso que se diz sempre, benevolentemente, que tudo vai
melhorar, que se vai alcançar a maior felicidade do mundo, sem pensar que a felicidade também está contaminada, enquanto não se completar a dose de sofrimento.” 
JUNG, 2013, OC XVI/1, § 185) 

 

Fonte: Divertidamente: um olhar analítico, por Barbara Prado Zerbatto