Jaimildo Vieira - Você na sua agenda

Tempo para mim mesmo

Achar um balanço entre trabalho e bem estar é uma questão cada vez mais presente no mundo atual. Há um número insuficiente de oportunidades de trabalho e um volume de trabalho excessivo para quem detém as oportunidades disponíveis.

Dois termos ganham evidência neste contexto: Workaholic (trabalhador compulsivo) e Burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema resultante do excesso de trabalho). Nos dois casos, a pessoa deixou de cuidar de si mesma, priorizando o trabalho em relação ao bem estar, deixando para depois a busca da alegria e do prazer.

A Comunidade Mundial de Saúde e Bem Estar tem estimulado as pessoas a buscarem um balanço funcional entre qualidade de vida e trabalho. Este balanço está associado a boas noite de sono, tempo para meditar, exercícios, caminhadas ao ar livre ou manutenção de qualquer atividade prazerosa e saudável.

Para algumas pessoas o autocuidado é automático. Para outras, a simples ideia de tomar um tempo para descansar e revigorar o corpo é um conceito estranho, pois preferem estar sempre ocupadas com suas obrigações. E algumas pessoas sentem-se culpadas quando dedicam seu tempo ao lazer ou ao prazer, mesmo que queiram muito fazer isto.

A importância de ter um hobby

Hobby é uma atividade que nos instiga, que nos dá alegria e satisfação. Requer esforço, constância e dedicação.

Pode ser um esporte, um passeio, uma arte ou qualquer atividade que dê prazer e alegria a quem a realiza. A preferência vai depender dos gostos pessoais de cada um, só é necessário ser algo que proporcione prazer e alegria.

Ter um hobby é fundamental para aliviar as tensões e o estresse do dia-a-dia. É também uma forma de dedicar tempo a si mesmo.

Não é só o prazer pelo prazer. Hobbies podem se transformar em profissão, tornando-se uma atividade principal, uma atividade remunerada. Podem ser também atividades de autocuidado, que zelam pela nossa saúde.

Ter um hobby é ter um escape do alto nível de estresse das demandas de trabalho e de relacionamentos, das tensões de condições financeiras insuficientes, do sofrimento com penosos problemas de saúde e de frustrações pessoais. É ter na agenda semanal ou diária um período de encontro com o prazer e a alegria, na solitude ou bem acompanhado.

Ao contrário do que muitos pensam e fazem, se manter trabalhando 24 horas por dia, lendo e-mails pelo celular e fazendo ligações a qualquer hora da noite, não significa um rendimento maior, muito menos boa qualidade de vida.

Os hobbies também têm muita importância nos relacionamentos conjugais. Evitam que o parceiro sobrecarregue e cobre do outro sua satisfação pessoal. Uma pessoa que consegue se divertir com o seu hobby é muito menos dependente do outro no relacionamento e deixa o parceiro mais livre. É recomendado que cada um dos parceiros tenha momentos para si, a fim de preservar a sua individualidade. E também é muito bom quando, além do hobby individual, o casal possui um hobby, uma atividade comum que mantém o relacionamento atrativo e interessante. Em outros tipos de relacionamentos os hobbies desempenham papéis semelhantes.

Muitos de nós vivemos num mundo tarefeiro, uma tarefa atrás da outra, e perdemos cada vez mais a noção do ócio que faz criar. Não estamos falando do “não fazer nada”.

Ócio criativo é a capacidade de se entregar a uma atividade lúdica, a uma música, um filme, uma peça de teatro, a uma situação afetiva em família. E a partir dali pensar e entregar-se a uma criação que pressupõe maior estabilidade emocional. O ócio também é fundamental para realizar um bom trabalho.

Por outro lado, como workaholics, nos entregamos a atividades que exigem atenção imediata, prática, cronológica. E isto nos torna cada vez menos produtivos.

Precisamos do ócio criativo para melhorar a capacidade de pensar, ter ideias e estabelecer estratégias. E deixarmos de estar imersos no oceano de ações cotidianas.

O Curtigrama é uma ferramenta que nos ajuda a avaliar a maneira como aproveitamos o tempo. Ideias inspiradoras e promissoras emergem deste processo.

É bem fácil de fazer.

GOSTO E FAÇO

Relacione as atividades que você gosta de fazer e faz no seu cotidiano.

Inclua hobbies, atividades de trabalho que lhe dão prazer, atividades que fazem você sentir-se bem.

NÃO GOSTO E FAÇO

Relacione as atividades que você não gosta de fazer, mas faz no seu cotidiano.

Inclua os deveres a cumprir e que não lhe trazem prazer algum. Vale a pena reconsiderar a finalidade destes deveres: “para que?” e “para quem?”.

GOSTO E NÃO FAÇO

Relacione as atividades que você gosta de fazer, mas não faz.

Inclua as atividades que você já gostou de fazer, mas não faz mais. Adicione as que você acredita gostar, mas nunca fez, diz ou pensa em fazer, mas não faz.

NÃO GOSTO E NÃO FAÇO

Relacione as atividades que você se recusa a fazer.

Inclua aqui as atividades rejeitadas por você, seja porque motivo for.

Está fazendo bom uso do seu tempo?

Para avaliar se você utiliza seu tempo de modo eficaz, classifique e analise:

As atividades QUE VOCÊ FAZ:

- as que só você pode fazer: prioritárias, essenciais e importantes;

- as que você pode atribuir a outras pessoas;

- as que estão alinhadas com os seus valores, objetivos e metas;

- as que você pode deixar de fazer;

- as que você deve deixar de fazer;

- outras categorias

As atividades QUE VOCÊ NÃO FAZ:

- as que outras pessoas fazem por ou para você;

- as que estão em conflito com seus valores ou regras morais;

- as que você poderia ou deveria fazer;

- as que devem ser mesmo desconsideradas;

- outras categorias

Você pode fazer seu Curtigrama com ou sem o auxílio profissional.

Se quiser contar com nossa colaboração, agende uma entrevista para conversarmos sobre a melhor maneira de trabalharmos juntos no seu Curtigrama.