Setembro/2022
Ideias Inspiradoras - "Não te Rendas" e o Sentido da Vida
Agenda do X Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental
e XVI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental
Replicação da Página Original acessada em 24 de setembroro de 2022
Se preferir, clique aqui e acesse a Página Original.
Notas do Jaimildo como congressista ouvinte
Abertura – Sérgio Franco
Precisamos lutar contra os processos de forte negação da realidade, que se aprofundaram com a Covid19: lutar contra a mentira e por uma sociedade mais sadia.
Conferência: Edilene Freire de Queiroz
Por ocasião de um momento particularmente crítico, a fobia constitui um apelo por socorro.
Em tempos sombrios, traumas (sociais) reprimidos retornam, gerando angústias, frustrações e fobias.
Lacan: “a fobia pode se ligar a outros quadros patológicos. É um modo de evitar a angústia, modo ordinário de enfrentar os medos e restrições.”
O ensino técnico e utilitário tomou o espaço do pensar a condição humana: foca só no mercado e manipula a evolução psíquica.
O Medo é um afeto político. Oferta-se a segurança para controlar a população.
Medo e solidão são traços relevantes da condição humana no mundo atual.
Na pandemia, o isolamento gerou um ambiente eliciador da fobia.
Sofrimento não é doença, mas condição constitutiva da pessoa.
Freud: “nas crianças, o medo de estar sozinha e o medo de estar no escuro são geradores de ansiedade”.
Em tempos sombrios, trazemos estas memórias infantis e também somos tomados pela ansiedade. A Covid19 pandemizou a fobia.
O isolamento coletivo gerou respostas criativas e construtivas para os deprimidos, que não se sentiram tão isolados assim.
A palavra humaniza e minimiza o medo. Ter um espaço de fala é relevante: “palavras para clarear a escuridão”.
Precisamos de chamego!!!
Mesa Redonda: Nelson da Silva Jr., Cláudia Henschel de Lima e Ana Maria de Toledo Piza Rudge
Desgraça não tem relação com o merecimento.
Dependemos de fantasias para não viver em pânico.
Trauma é um mau encontro com um acontecimento que não faz sentido.
Trauma é a falência das fantasias.
A fantasia é protetora e fundamental para se recuperar a saúde mental no caso de trauma.
A pandemia desmonta as fantasias protetoras.
O Neoliberalismo é oposto ao bem estar social e do indivíduo.
A psicopatologia em tempos sombrios e a sombra do dizer - Nelson da Silva Jr.
Nosso contemporâneo é o neoliberalismo.
Lacan: “se a mais valia priva o sujeito do objeto amado, a mercadoria deve compensar isto.”
Há uma gestão do gozo.
O Turismo é uma das formas de troca do objeto de prazer, promessa de gozo futuro. Enquanto trabalha o indivíduo pensa na promessa do gozo futuro, mas pode perceber que está trabalhando para o consumo. O trabalho excessivo dá continuidade à extração do tempo do trabalhador na produção capitalista.
O Capitalismo produz as faltas e produz também os objetos que as suprem.
Como os preconceitos estruturais encontram raiz no neoliberalismo? E como pensar leis para preveni-los?
(1) Valorizar a gentileza e a delicadeza ... o chamego e
(2) Promover o lugar de fala para grupos que não os tem.
Racismo e desigualdade de gênero são “normas sociais” associadas à dominação e exploração, tais como, colonização, escravidão, movimentos feministas, instituições acadêmicas de elite, etc.
A origem das questões sociais é capitalista e a manutenção é neoliberal.
É relevante estar atento ao nosso sombrio de dentro e ao nosso sombrio de fora.
Conferência: René Roussillon
A pandemia afetou sobremaneira a vida social, em especial dos jovens. Desorganizou as suas vidas. Não havia como apontar um responsável pelas mudanças, o que gerou um comportamento paranoico, um clima de insegurança e desamparo, situações de hostilidade sem um objeto identificável.
Surgiu um modo depressivo e melancólico, uma perda do gosto pela vida, associado ao Covid19: perda do paladar, da audição, do gosto pelo mundo.
A desilusão não faz desaparecer a ilusão.
A ilusão de que somos alguém e temos um lugar no mundo é protetora. Não devemos prescindir dela.
Conferência: Cristina Lindenmeyer
A Anorexia está associada à negação do desejo.
Nega a fome para rejeitar o desejo de comida.
O anorexo sabe o que quer e assume as consequências com seu corpo
Mesa redonda: Exclusão em tempos sombrios
Racismo, Exclusão Social e Sofrimento Psíquico - Isildinha Baptista Nogueira
Racismo se baseia na ideia de que há seres humanos (corpos humanos) mais capazes que outros. Está respaldado numa pretensa ciência biológica, que exclue raças.
Sobre os negros no Brasil: (1) só a abolição da escravatura não resolveu o problema; (2) a luta do negro é pela inclusão – uma luta inglória; (3) pela aparência (corpo) o indivíduo é julgado (e condenado).
O indivíduo não é só corpo, mas mente e subjetividade (psiquismo). Mesmo assim, o corpo é utilizado como a representação do indivíduo. É assim que as pessoas se reconhecem.
Ao corpo negro se associa o que é negativo e ao corpo branco se associa o que é positivo. Na sua aparência, o negro carrega a marca da inferioridade social.
A exclusão do sujeito, crime e sadismo a toda prova: Marco Antonio Coutinho Jorge
Sobre como a Loucura se apresenta: (1) na perda de limites (esquizofrênicos); (2) na imaginação delirante e prolixa (psicoses); (3) no excesso de euforia e tristeza (bipolar) e (4) na ausência de respeito à integridade do outro (psicopatas).
Sobre como a Paranoia se apresenta: (1) aparenta normalidade; (2) tem pensamentos delirantes e onipotentes; (3) apresenta desvio dos sentimentos sociais (compaixão e altruísmo); (4) tem desprezo pelo semelhante; (5) mostra falta de senso ético e moral; (6) não mede palavras; (7) tem vaidade exagerada; (8) não tolera contrariedade; (9) é pouco inteligente; (10) é anti-social, turrão e teimoso; (11) volta atrás por estratégia momentânea e não por arrependimento; (12) apresenta alta periculosidade social, nada o detém salvo a reprimenda enérgica e legal do judiciário; .
Quando as identificações excluem: Paulo Roberto Ceccarelli
A exclusão é um fenômeno tão antigo quanto o ser humano: exclui-se o diferente.
Não só a pandemia excluiu, a exclusão já estava presente antes da pandemia (racismo, gênero, condição financeira, desemprego, insegurança, falta de saúde e educação e moradia, guerras, refugiados, etc.
Criamos mecanismos de defesa para que a nossa exclusão não aconteça. Isto está associado ao nosso narcisismo.
A exclusão vai além do indivíduo, é social.
Em situações de extrema necessidade, as pequenas diferenças desaparecem, pois a sobrevivência de um depende da sobrevivência do outro.
Somos condenados às identificações por falta de uma identidade.
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