Outubro/2021
Psicologia
A Palavra vem depois da Expressão Corporal
Psicoterapias Corporais, como a Análise Bioenergética, levam em conta a totalidade da Expressão Corporal e não apenas a expressão verbal.
Recotes, edições e adaptações do texto de Reich, em Análise do Caráter
Numa conversa é muito comum ouvirmos o que nosso interlocutor diz e perceb ermos que o discurso não está em sintonia com sua expressão corporal. Há muitas razões para que isto aconteça. Este informe aborda a difícil tarefa – muitas vezes impossível – de expressar em palavras o que estamos sentindo, percebendo ou querendo mostrar.
A fala humana é uma forma biológica de expressão que acontece numa fase avançada do desenvolvimento. Não é uma característica natural do ser humano, mas aprendida de acordo com o ambiente e cultura em que o indivíduo está inserido. A expressão do que se sente, a partir de movimentos liberados ou contidos, acontece muito antes da linguagem verbal.
No filme Nell, de 1994,
a linguagem verbal limitada e ininteligível da protagonista sugere uma patologia mental com indicação para internação em uma clínica psiquiátrica.
Observadores mais empáticos perceberam que não era o caso.
Assista Nell clicando aqui!
A psicologia ortodoxa e a psicologia profunda estão presas a estruturas verbais, mas o funcionamento do ser humano está além de todas as ideias e conceitos verbais. O indivíduo já funcionava antes e continua tendo um funcionamento que vai além do uso dos sons como forma de expressão.
A linguagem deriva das sensações percebidas pelos órgãos do corpo. O movimento expressivo distingue o organismo vivo de todos os sistemas não-vivos. Literalmente, “emoção” significa mover para fora, é um movimento expressivo do que acontece dentro do corpo do indivíduo. É importante registrar que a imobilidade ou rigidez também é uma expressão corporal.
As palavras que descrevem estados emocionais refletem diretamente o movimento expressivo correspondente. Apesar de associar uma ou mais palavras ao estado emocional, a linguagem não é capaz de alcançar esse estado em si. A razão disso é que o início do funcionamento da vida é mais profundo do que a linguagem e está além dela.
Ao ouvir atentamente uma música percebemos que ela provoca uma mudança significativa em nosso estado emocional. Porém, ao tentarmos traduzir em palavras essas experiências emocionais, a percepção musical rebela-se. A música não tem palavras e quer continuar assim. Provoca a sensação de um arrebatamento interno e singular, mesmo quando um poema não faz parte da composição. A ciência natural concorda com a interpretação de que a expressão musical está relacionada com as profundezas do organismo vivo para além das limitações da linguagem.
O artista confirma que o organismo vivo possui uma linguagem expressiva própria, antes de, para além de, e independente de toda a linguagem verbal.
Música, Emoções, (R)emoções e Linguagem Verbal
Ao ouvir Alegria (Allegro), podemos experimentar as sensações e movimentos expressivos do corpo causados pela genialidade de Mozart.
Parece mesmo que não há como descrever em palavras o que sentimos.
Experimente! Ouça agora o Allegro de Mozart.
E nas sessões de psicoterapia ...
... é comum que o psicoterapeuta observe as aflições do paciente logo no início do encontro.
Quando deixa o paciente falar ao acaso, o psicoterapeuta percebe que ele tende a rodear suas aflições, esconde-as de uma maneira ou de outra.
A linguagem humana pode funcionar como um mecanismo de defesa, evitando o contato com o desconforto e sofrimento emocional.
As observações clínicas apontam também que na esfera social inúmeros discursos, publicações e debates políticos não têm a função de chegar à raiz de importantes questões da vida, mas sim, de afogá-las em verborragia.
O Conceito de Biopatia
Recortes e edições da tradução e adaptação de Yuri Vilarinho, acessado em 30/10/2021, no site do Núcleo de Psicologia Clínica e Psicossomática.
A abordagem psicoterapêutica Reichiana analisa e atua sobre a energia biológica, movimento expressivo das sensações corporais: emoção, de dentro para fora, e remoção, de fora para dentro. Diferente da psicologia ortodoxa e da psicologia profunda, considera a expressão corporal como um todo, não apenas a expressão verbal.
Wilhelm Reich cunhou o termo "biopatia" para designar diversos estados patológicos onde existe uma contração crônica da musculatura do indivíduo. Estes quadros podem determinar componentes de ordem psicológica, caracterológica e bioenergética, que poderão gerar disfunções de padrões fisiológicos do indivíduo. Para Reich, toda patologia tem sua origem em uma disfunção, em maior ou menor grau, do sistema nervoso autônomo.
Tal disfunção pode alterar o tônus, a contratilidade e a vitalidade dos músculos esqueléticos; produzir perturbações circulatórias, gastro-intestinais, digestivas, cardio-vasculares, sexuais e bronquiolares; alterar funções metabólicas, crescimento, fisiologia de tecidos e líquidos extracelulares.
A contração muscular forma a base para perda de vitalidade e estase energética. O medo encontra-se como uma das emoções-chave na formação dos processos de contração muscular, gerando a biopatia, conforme postula Reich. O medo é o elemento determinante na contração e no represamento das energias do indíviduo. Esta é a condição de base para a formação das chamadas doenças psicossomáticas e torna-se um dos elementos centrais no trabalho terapêutico reichiano.
Referência bibliográfica
Reich, Wilhein, 1897-1957, Análise do caráter, 3a. ed., São Paulo: Martins Fontes, 1998
(Movimento expressivo plasmático e expressão emocional - páginas 332 a 340)
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Jaimildo Vieira da Silva - CRP 6/89557
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