Março/2024: Psicologia/Psicoterapia
Conceito de Objeto e de Pulsão
Transcrição do texto do Vocabulário da Psicanálise de Laplanche e Pontalis
(recorte do texto de Laplanche e Pontalis que complementa a leitura do Informe "As Três Senhoras")
Objeto – páginas 321 e 322
A noção de objeto é encarada em psicanálise sob três aspectos principais:
A. Enquanto correlativo da pulsão, ele é aquilo em que e por que esta procura atingir a sua meta, isto é, um certo tipo de satisfação. Pode tratar-se de uma pessoa ou de um objeto parcial, de um objeto real ou de um objeto fantasístico.
B. Enquanto correlativo do amor (ou do ódio), trata-se da relação da pessoa total, ou da instância do ego com um objeto visado também como totalidade (pessoa, entidade, ideal, etc.) (o adjetivo correspondente seria “objetal”).
C. No sentido tradicional da filosofia e da psicologia do conhecimento, enquanto correlativo do sujeito que percebe e conhece, é aquilo que se oferece com características fixas e permanentes, reconhecíveis de direito pela universalidade dos sujeitos, independentemente dos desejos e das opiniões dos indivíduos (o adjetivo correspondente seria “objetivo”).
Nos escritos psicanalíticos, o termo objeto encontra-se quer sozinho, quer em numerosas expressões como escolha de objeto, amor de objeto, perda do objeto, relação de objeto, etc., que podem desorientar o leitor não especializado. O objeto é tomado num sentido comparável ao que lhe conferia a língua clássica (“objeto da minha paixão, do meu ressentimento, objeto amado”, etc.). Não deve evocar a noção de “coisa”, de objeto inanimado e manipulável, tal como esta se contrapões comumente às noções de ser animado ou de pessoa.
Estes diferentes usos do termo objeto em psicanálise têm sua origem na concepção freudiana da pulsão. ... o objeto da pulsão é aquilo em que ou por que a pulsão pode atingir a sua meta. Ao mesmo tempo o objeto é definido como meio contingente da satisfação.
Pulsão – páginas 394 a 396
Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o organismo tender para um objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir a sua meta.
... os dois grandes tipos de pulsões são propostos [por Freud] não tanto como motivações concretas do próprio funcionamento do organismo, mas sobretudo como princípios fundamentais que, em última análise, regulam a atividade deste.
Referência bibliográfica:
Vocabulário da Psicanálise - Laplahche e Pontalis
Laplanche, Jean; Vocabulário da Psicanálise / Laplanche e Pontalis, sob a direção de Daniel Lagache ; tradução Pedro Tamen. – 4ª. Ed. – São Paulo ; Martins Fontes, 2001
Outros Informes: Psicologia Assessoria de Desempenho Consultoria Empresarial Idéias Inspiradoras